domingo, 12 de outubro de 2008

Minhas Memórias Matemáticas...

Como escrever sobre a minha aprendizagem da matemática quando não lembro de praticamente de nada?! Sim é verdade, de nada, mesmo. As minhas lembranças dos anos iniciais de escolarização são referentes às professoras, amigas, brincadeiras, e ao processo de alfabetização, mas não da matemática. Sendo que a grande maioria destes momentos se resumem ao jardim, primeiro e segundo ano do ensino fundamental, do terceiro e quarto ano tenho um branco, nem das professoras consigo lembrar. Sobre a aprendizagem da matemática nesta época não consigo recordar de nada. Nem das atividades e nem como aprendi os números ou a contar. Minhas primeiras lembranças da matemática são já da quinta série, lembro do professor, que foi o mesmo até a oitava série, e possuo lembranças das atividades, trabalhos, do meu caderno e das recuperações. O professor, extremamente tradicional, passava os exercícios no quadro e se baseava no livro didático, os alunos apenas copiavam, não recordo de nenhuma atividade mais criativa ou diferenciada. Deste momento lembro que a disciplina de matemática fazia parte do grupo de matérias que não gostava, nem das aulas e muito menos de estudar, fazia o que o professor pedia e me esforçava para passar de ano, sempre ‘raspando’. E este sentimento me seguiu até o cursinho pré-vestibular, estudar matemática ficava por último em minha lista, depois de química e física. Eu passava horas estudando história, mas em matemática apenas fazia os exercícios por obrigação, tinha que estudar porque ‘cai’ no vestibular. E este desgosto pela matemática me trouxe alguns problemas no entendimento de outras disciplinas, minhas dificuldades em química e física muitas vezes estavam relacionadas a matemática, acabava apenas decorando as fórmulas sem entender o porquê daquele processo e resultado. Lembrando que muitos professores de matemática que tive não tinham esta preocupação de explicar o porquê, simplesmente era daquele jeito e tínhamos que copiar. Por tudo isso posso dizer que minhas memórias matemáticas são bem reduzidas e nem sempre são agradáveis.

Então devo me questinar: Porque não lembro de nada? Não foi nem um pouco significativo para mim? Porque?
Não sei se o mais importante neste momento é descobrir o porque não foi significativo para mim naquela época, mas sim fazer como a minha colega Edna, tentar descobrir uma maneira para que a minha futura prática seja significativa aos meus alunos. Fazer diferente! Mas como???????
Mudar, buscar novos caminhos, correr atrás, não algo é fácil! E isto explica porque muitas professores, apesar de discursos inovadores e diversas pesquisas, quando se voltam para a prática retornam para aquilo que conhecem de melhor, o tradicional.
E sabemos que, como na figura acima, muitas vezes, este modo de ensino pode gerar medo e traumas nos alunos... fazendo os alunos fugirem da matemática como vampiro foge da cruz!!!

Será que vamos ser e fazer diferente ou no desespero vamos recorrer ao tradicional???

Silviane Avila

2 comentários:

Patricia Thomas disse...

Espero Sil, que consigamos fazer diferente do que apredemos.Pois lendo os memoriais pude perceber que a matemática não foi apreciada por nenhuma de nós. E sim foi sempre uma matéria que ninguém gostava ou tinha dificuldade. Muitas vezes quando penso como ensinar algo que muitas vezes não compreendo ,fico preocupada pois não quero continuar reproduzindo este medo e pavor da matemática.Precisamos fazer diferente,como faremos isto acredito que só fazendo vamos saber se dá ou não certo.
Patrícia Thomas

Descobrindo a Matemática disse...

Silviane
Teu relato é muito significativo e especialmente tuas reflexões finais...
Tenho certeza que, com o comprometimento que tens, saberas buscar outras formas de ensinar a matematica, além de construires estes conceitos de forma significativa para ti e teus alunos...
bjs
martha