segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Tendência Tecnicista

De origem norte-americana, o tecnicismo pedagógico tem como concepção matemática a função de eficiência e funcionalidade conforme os modelos do sistema de produção capitalista.
Sendo assim, não importa como o aluno aprenda, mas sim o resultado final de sua aprendizagem.
Desta forma, o conhecimento é inquestionável, pois o aluno não deve buscar entende-lo, mas aceita-lo, ou melhor “engolir a seco” todo o conteúdo “depositado” sem questionamentos.
Assim, conforme critica Paulo Freire, tal concepção centraliza-se em uma “educação bancária”, onde o professor deposita todo o conhecimento pronto em que o aluno deve receber, tal qual uma máquina registradora.
A escola, instituição que parte de um sistema funcional e organizado, tem como função a manutenção da ordem, para isso deve “moldar” o aluno tornando-o eficiente e útil para o sistema.
Neste contexto de submissão, o professor e o aluno ocupam, uma posição secundária como meros executores, cujo foco centra-se na ação dos especialistas com oferecimento de técnicas especiais de ensino e de administração escolar.
Abaixo segue um vídeo embora muito conhecido, mas que reflete exatamente a tendência capitalista.
http://www.youtube.com/watch?v=M_bvT-DGcWw

“Nós não precisamos de educação.
Nós não precisamos de controle de pensamento.
Sem sarcasmo sombrio na sala de aula.
Professores deixem as crianças em paz!
Hey professores! Deixem as crianças em paz!
De qualquer maneira você era só mais um tijolo no muro.
De qualquer maneira você é só outro tijolo no muro”.
(letra traduzida "Another brick in the wall "– Pink Floyd)

Façamos uma reflexão sobre as características da tendência tecnicista com a música acima (lançada em 1979).
O que há de semelhante com os dias atuais?
Percebemos que tal tendência ainda está presente em muitas escolas de hoje, onde se preocupa com o resultado final, para agradar os pais.
Se o aluno é alfabetizado ou aprende a calcular os números e forma rápida é sinal de que o professor é competente o suficiente para tal.
Se tal tendência está presente nas escolas públicas de que temos conhecimento, imaginemos então em escolas particulares! ?
Então, de que forma podemos agir para com que nós futuras pedagogas não sejamos apenas mais uma na vida de nossos alunos?
E mais...
Quais práticas adotar para que nossos alunos não se tornem mais um tijolo frio e estático inseridos no imenso muro do sistema capitalista?

Lucilene Morais

Um comentário:

Descobrindo a Matemática disse...

Lucilene

Adorei tua sintese, principalmente tuas reflexões e 'paralelos' estabelecidos!!! Muito oportunos
bjs
martha